RAFAEL ASSIZ | BÍBLIA, TEOLOGIA E REFLEXÕES

FELIZ DIA DO TEÓLOGO! TEOLOGIA, AMOR E DEDICAÇÃO TEOLOGIA: vem da junção de duas palavras gregas, “ theos ”, que significa “ Deus ”, e “ logia ”, que significa “ estudo ”. Mas a palavra “ teologia ” não se refere somente ao estudo de Deus, ela abrange tudo o que Deus nos revelou na Bíblia. Todo cristão é, por sua natureza, um teólogo, mas nem todo teólogo é, de fato, cristão. Estudar a Palavra de Deus é essencial para qualquer seguidor de Cristo, por ser por meio dela que podemos conhecer a essência divina, entender a Sua vontade e discernir os Seus desígnios para a humanidade. A Bíblia não é somente um conjunto de textos sagrados, mas uma revelação viva e ativa, que oferece direção, sabedoria e compreensão espiritual. A Escritura, mais do que uma obra literária, é a voz de Deus que se dirige aos corações humanos. Em minha própria jornada, encontrei nela não somente a profundidade da sabedoria teológica, mas também uma fonte inesgotável de inspiração para minha expressão literária e cr...

O CARÁTER E O DOM: 1 TIMÓTEO 3 Há uma ordem moral no texto pastoral de 1 Timóteo 3 que precisa ser ouvida com seriedade. O apóstolo apresenta não um catálogo de competências ministeriais, mas um inventário de qualidades morais. A Bíblia não começa exigindo diplomas, público ou resultados; começa descrevendo rosto, temperamento e caráter. Antes de solicitar que alguém faça bem o ministério, o texto bíblico exige que alguém seja honesto ao fazê-lo. AS PALAVRAS DO TEXTO • ἀνὴρ μιᾶς γυναικὸς ἄνδρα (anēr mias gynēkos andra) — marido de uma só mulher: fidelidade conjugal e integridade relacional, não mero formalismo. • νηφάλιον (nēphalion) — sóbrio, moderado: alguém que domina seus apetites e paixões; autocontrole. • σωφρόν (sōphron) / σωφροσύνη (sōphrosynē) — prudente, sensato: equilíbrio interior e julgamento reto. • κόσμιον (kosmion) — respeitável, decente: vida ordenada que gera honra, não escândalo. • φιλοξενον (philoxenon) — hospitaleiro: disposição prática para acolher e servir a...

CONSCIÊNCIA NEGRA NO PENTECOSTALISMO  William J. Seymour, um homem negro que perdeu a visão parcial por causa da varíola, viveu num tempo de forte segregação racial. Mesmo assim, seu chamado foi profético: ele viu no Espírito Santo uma força que derruba barreiras humanas. Quando estudou na escola bíblica de Charles Parham, em Houston, suas limitações raciais o obrigaram a ouvir as aulas do lado de fora da porta, mas ele não desistiu. Isso moldou seu caráter para o ministério. Em 1906, Seymour liderou o Avivamento da Rua Azusa, em Los Angeles. No pequeno prédio da missão, pessoas de diferentes raças ( negros, brancos, hispânicos, asiáticos ), classes sociais e origens se reuniam para orar, profetizar e buscar o batismo no Espírito. Esse tipo de unidade era raro e escandalizou muitos, mas exemplificou o evangelho em ação.  Frank Bartleman, um participante, disse que “a linha da cor foi lavada no sangue” , referindo-se à reconciliação em Cristo.  Seymour via o dom do Espírit...

TRECHO DO LIVRO: PREGAÇÃO & SALVAÇÃO O dinheiro: Quando a missão se transforma em mercado, quando colocado a serviço do Reino, é bênção; mas quando se torna fim em si, é maldição. O apóstolo Paulo advertiu com precisão cirúrgica: “Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal. E alguns, por tanto desejarem dinheiro, desviaram-se da fé e afligiram a si mesmos com muitos sofrimentos” (1 Timóteo 6.10). Note que não é o dinheiro em si, mas o amor a ele, o apego, a cobiça, a idolatria, que corrompe a alma e distorce a vocação. Quando o púlpito se torna um palco, e o altar, uma vitrine, a glória de Deus é trocada pelo brilho passageiro da autopromoção. Como Balaão, muitos preferem profetizar por recompensa (cf. 2 Pd 2.15), vendendo sua consciência ao melhor ofertante. Essa corrupção não é somente doutrinária; é espiritual. É a transformação do ministério em carreira, da missão em produto, e da Palavra em moeda. __________________________ ALVES, Rafael Assiz da Silva. Pregação & salvaç...

A RELIGIÃO NUNCA FOI UM MEIO DE ENRIQUECER. “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demónios: de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10.8) “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8,9) “Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho: aparta-te dos tais.” (1Tm 6.5) “Nada do que é de Deus se obtém com dinheiro.” — Tertuliano Servir é, em si mesmo, uma fonte de alegria e realização, porque nos aproxima do coração de Deus e nos torna instrumentos de sua graça. Quando abandonamos a ganância e o desejo de usar a fé como meio de lucro, escolhemos caminhar na direção que Deus nos indica: a do amor desinteressado, da entrega sincera e do cuidado pelo próximo. O serviço, feito de coração aberto, não somente beneficia aqueles a quem ajudamos, mas transforma quem serve, moldando caráter, humildade e ...

A TRINDADE   “Há três que testificam no céu: E estes três são Um. Creio também neste fato (se me permitem usar a expressão), que Deus é Três e Um. Mas o modo como, eu não compreendo e não creio. Ora, nisso, no modo, reside o mistério; e assim pode ser; não me interessa: não é objeto da minha fé: creio apenas naquilo que Deus revelou, e nada mais. Mas isto, o modo, Ele não revelou; portanto, não creio em nada a respeito. Mas não seria absurdo da minha parte negar o fato, porque não compreendo o modo? Isto é, rejeitar o que Deus revelou, porque não compreendo o que Ele não revelou.” — John Wesley A Trindade é simples de dizer, mas profunda demais para caber somente na razão. Quando a Bíblia nos apresenta o Pai, o Filho e o Espírito Santo, ela não complica Deus; ela revela que o amor divino é eterno e ativo, é vida, relação e entrega. A Trindade não é um problema lógico, mas a forma como Deus se revelou na história da salvação. E essa revelação tem um propósito: que experimentamos o a...

CORAÇÃO ENGANOSO  Esforço-me para servir a Deus de todo o coração, mas, ao mesmo tempo, reconheço que sou tentado pelo meu próprio coração enganoso. A vida espiritual mantém sempre essas duas forças em tensão: o desejo sincero de obedecer a Deus e a inclinação interna que insiste em nos puxar para longe dele. A Escritura descreve o coração humano como capaz de enganar, não para condenar quem luta, mas para revelar que ninguém caminha sozinho ou pela própria força. Esforçar-se para servir a Deus já é evidência de graça operando. A tentação não anula a sinceridade do seu compromisso; somente expõe a necessidade constante de vigilância, dependência e discernimento. Quanto mais alguém se aproxima de Deus, mais sensível se torna às áreas que precisam ser tratadas. O ponto decisivo não é a ausência de tentações, mas o que se faz diante delas: trazer o coração à luz, submeter os pensamentos à vontade de Cristo e manter práticas espirituais que alimentam a verdade acima dos impulsos engano...

ISAÍAS 6 Isaías já era profeta quando teve a visão descrita no capítulo 6. Ele já pregava, já denunciava o pecado do povo, já exercia seu ministério com conhecimento e zelo. O próprio livro começa afirmando: “Visão de Isaías, filho de Amoz, que teve nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (Is 1.1). Mas, apesar de já estar exercendo o ministério com responsabilidade, Isaías ainda precisava de um encontro profundo com Deus, capaz de mostrar a real dimensão da santidade divina. “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e o seu manto enchia o templo” (Is 6.1). Quanto mais perto de Deus, mais percebemos nossa impureza. Ao contemplar a glória de Deus, Isaías não se vangloria de sua posição ou de seu ministério. Pelo contrário, ele percebe a própria imperfeição: “Ai de mim! Estou perdido, porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios” (Is 6.5). Mesmo alguém que já fala por Deus, sendo profeta,...

A PASSAGEM PELO LUTO. Jesus Cristo suportou ser humilhado e crucificado. Mas, quando se deparou com o amigo Lázaro morto, chorou. Não era um sinal de fraqueza nem de impotência diante da morte, mas sim a demonstração da humanidade de Cristo diante de um dos momentos mais doloridos para o ser humano: a passagem pelo luto. A morte não é um fim em si. A promessa bíblica de Cristo é: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crer em mim, ainda que morra, viverá.” (João 11:25) Só há uma motivação capaz de fortalecer os enlutados e de fazê-los caminhar, conservando a fé em Jesus Cristo e confiando no Espírito Santo, o Consolador: a esperança de que um dia, por fim, a morte não existirá mais. “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor…” (Apocalipse 21:4) — Rafael Assiz MAIS CONTEÚDOS