A OSTENTAÇÃO NADA ACRESCENTA NO REINO

A OSTENTAÇÃO NADA ACRESCENTA NO REINO 

Será que como vivemos tem refletido mais o Reino de Deus ou os valores deste mundo?

Essa pergunta me alcança com força, e talvez também fale ao seu coração. Vivemos cercados por uma cultura que valoriza o brilho externo: roupas caras, carros de luxo, títulos, templos luxuosos, aparências. É fácil, até sem perceber, sermos levados a pensar que ostentar algo é sinal de que Deus está nos abençoando. Mas será mesmo?

A cruz de Cristo foi feita de madeira, não de ouro. Ele nasceu em uma manjedoura, não em um palácio. O Filho do Deus vivo não ostentou, serviu. Jesus nos ensinou que “a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui” (Lucas 12.15). No Reino de Deus, mais vale um coração quebrantado do que um bolso cheio. 
Jesus nunca precisou ostentar nada. Ele não andava cercado de falsos prazeres do mundo nem fazia questão de impressionar ninguém. Pelo contrário, o Cristo, sendo Rei, escolheu nascer numa manjedoura, viver entre os simples e morrer numa cruz. Como podemos seguir seus passos se nossos olhos estiverem fixos nas vitrines e não na cruz?
A Palavra nos lembra com sabedoria: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem…” (Mateus 6.19). O Reino de Deus não é construído com aquilo que brilha aos olhos humanos. A ostentação não contribui em nada para o Reino e, no fundo, muitas vezes revela mais insegurança do que realização. Quem vive para impressionar, quase sempre está tentando esconder algo que precisa ser curado por Deus.

O apóstolo Paulo nos lembra: “Tudo o que tenho, mas não tiver amor, de nada me adianta” (1 Coríntios 13.3). E esse amor verdadeiro é humilde, é discreto, é servil. Ele não se exibe, ele serve. Ele não procura ser visto, mas ser útil.
A ostentação não move o céu, não transforma vidas, não prega arrependimento, não consola o aflito. Ela não só infla o ego, mas esvazia a alma.
O que estamos construindo com nossa vida? O que nossos gestos, postagens, falas e escolhas têm revelado? Que possamos, com mansidão, voltar o olhar ao Mestre e orar como João Batista: “Que Ele cresça, e eu diminua” (João 3.30).

No fim, o que vale mesmo é termos um coração arrependimento na presença de Deus, porque no Reino, a glória é sempre de Deus, nunca nossa.
A ostentação grita “olhem para mim”; o Evangelho sussurra “olhem para Cristo”.
— Rafael Assiz


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