QUANDO NINGUÉM VÊ
QUANDO NINGUÉM VÊ
O problema nem sempre é a ingratidão dos outros. Muitas vezes, o que mais machuca é a expectativa que criamos sem perceber. A gente ajuda, serve, se doa e lá, no fundo, espera que alguém, um dia, retribua com a mesma entrega. Mas raramente acontece. E isso dói.
Dói porque mostra que ainda temos um desejo escondido de sermos reconhecidos. Queremos aplausos, mesmo que não digamos isso em voz alta. E quando eles não vêm, o coração se entristece.
Jesus nos ensinou outra lógica. Ele disse: “O Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:6). Isso muda tudo. Porque nos lembra que o nosso serviço não precisa ser visto pelos homens. Basta que seja visto por Deus.
Tem gente que dá esperando algo em troca. Não está servindo, está tentando comprar gratidão. Mas o verdadeiro amor não negocia. Ele doa, mesmo sabendo que talvez não receba nada de volta.
E é aí que vem a liberdade.
Buscar aprovação é entregar aos outros o poder de definir seu valor. Quando você entende que não precisa da aprovação dos outros, começa a viver com leveza. Você faz o certo não porque alguém vai aplaudir, mas porque a sua consciência está em paz. Você se torna alguém que serve por amor, e não por carência.
Talvez ninguém veja o que você faz. Talvez ninguém diga "obrigado". Mas Deus vê. E isso basta. Ele conhece cada lágrima escondida, cada batalha que ninguém percebeu, cada renúncia feita em silêncio.
E é nessas horas que você se fortalece. Não uma força que se mostra por fora, mas uma fortaleza construída por dentro.
Você pode até passar invisível pelos olhos do mundo, mas é precioso aos olhos do Pai. E no fim do dia, quando se olhar no espelho e puder dizer: “Hoje eu fiz o certo, mesmo sem aplausos” essa será sua verdadeira recompensa.
Porque as maiores vitórias não estampam manchetes. Elas moldam o caráter. E aqueles que vencem em silêncio são os que o céu conhece pelo nome.
— Rafael Assiz
Comentários
Postar um comentário