DEUS ESTÁ SENDO ADORADO NO CULTO?
DEUS ESTÁ SENDO ADORADO NO CULTO?
Atualmente, muitos cultos de adoração têm se transformado em momentos de petições, onde os fiéis buscam exclusivamente aquilo que desejam, sem refletir sobre a verdadeira essência da adoração. Deus, sendo digno de toda honra, glória e louvor, muitas vezes é tratado como um mero “empregado celestial” que deve atender aos desejos humanos. No entanto, a adoração verdadeira vai além de pedir por bênçãos, cura ou prosperidade. Ela envolve reconhecer a soberania de Deus, render-se ao Seu poder e honrá-Lo em toda a Sua magnificência.
O Culto: Um Encontro com o Sagrado ou um Pedido de Favores?
A prática do culto é um dos pilares da vida cristã. Porém, muitas vezes, o foco do culto tem sido distorcido. Ao invés de ser um momento de reverência e rendição a Deus, ele se torna uma busca insaciável por favores divinos. Jesus, em Mateus 6:9-10, ensina a oração do “Pai-Nosso”, na qual o foco é primeiro a santificação do nome de Deus e o desejo de que Seu Reino venha, antes mesmo de qualquer pedido pessoal. Ele diz: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”.
Alguns cultos modernos, Deus tem sido colocado como um servo que deve atender às nossas necessidades imediatas. Em vez de adorar a Deus por quem Ele é, as pessoas acabam adorando-O por aquilo que Ele pode oferecer. Isso é claramente uma distorção da verdadeira adoração, que deve ser um ato de entrega e reconhecimento da soberania divina, não um meio para conseguir o que se deseja.
A Visão Teológica da Adoração Verdadeira é chamam a atenção para a natureza de Deus e o papel central de Sua glória na vida do cristão. Agostinho escreveu “glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre”. Ele não coloca o homem como centro da adoração, mas sim Deus. A verdadeira adoração, então, é reconhecer que Deus é digno de toda glória, honra e louvor, independentemente das circunstâncias ou do que possamos obter d'Ele. Deus tem que ser glorificado e nossa satisfação tem que estar n'Ele. Isso ensina que a adoração verdadeira deve refletir um coração que encontra prazer em Deus, não apenas em Seus presentes. “Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle”. Isso implica que a adoração não deve ser apenas um momento de busca de coisas materiais ou de cura emocional, mas um ato de prazer profundo em reconhecer a supremacia de Deus.
Necessitamos reverter esse foco. Devemos refletir sobre o que tem dominado nossas vidas e nossos cultos. Será que estamos adorando a Deus ou apenas esperando que Ele nos sirva? A Bíblia é clara em Apocalipse 4:11, que afirma: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas.” Este versículo nos lembra que Deus não existe para nos servir, mas existimos para servir a Ele e glorificá-Lo.
Um culto genuíno deve ser marcado por um reconhecimento de que Deus é o Criador, Sustentador e Senhor de todas as coisas. Nosso foco, ao entrar em Sua presença, deve ser render-se diante de Sua majestade e expressar nossa gratidão e louvor, independentemente de nossas circunstâncias. “A adoração não é para nós, mas para Deus”. Ela é um meio de expressar nossa dependência e nossa confiança na soberania divina.
É urgente que reavaliemos nossas práticas de culto. Em vez de tratar Deus como alguém que deve atender aos nossos pedidos, devemos, na verdade, nos colocar em uma posição de humildade, onde adoramos a Sua grandeza, reconhecendo que Ele é digno de toda honra, mesmo quando não recebemos nada em troca. A verdadeira adoração começa com o reconhecimento de que Deus não está aqui para nos servir, mas nós, em toda a nossa existência, estamos aqui para servi-Lo e glorificá-Lo.
Voltemos ao princípio da adoração cristã: adorar a Deus pelo que Ele é e não pelo que Ele pode nos dar. Somente assim, conseguiremos viver uma adoração genuína, que glorifica verdadeiramente ao Senhor e reflete em nós uma vida transformada por Sua presença.
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