CONSCIÊNCIA NEGRA E A BÍBLIA
CONSCIÊNCIA NEGRA E A BÍBLIA.

A Bíblia, nos ensina que todos os seres humanos, independentemente de sua cor, origem ou condição social, são criados à imagem de Deus, portanto, merecem ser tratados com igualdade e respeito.
O primeiro capítulo de Gênesis revela que Deus criou o ser humano “à sua imagem e semelhança” (Gênesis 1:26,27). Esta afirmação fundamental estabelece a base para a dignidade humana universal. Não importa a etnia ou a cor da pele; todo ser humano carrega a imagem de Deus, “todos os homens são iguais diante de Deus, tanto no que se refere à natureza quanto à dignidade”. Este princípio é crucial, pois a crença de que todos os seres humanos possuem valor intrínseco diante de Deus deve ser a base para qualquer discussão sobre racismo. A ideia de que um ser humano pode ser inferior a outro, com base em características raciais ou culturais, é um erro moral e teológico profundo, que se opõe diretamente à revelação bíblica.
Contudo, desde a queda, a humanidade vive em um estado de distorção moral e espiritual. O pecado, ao afetar toda a criação, também distorce as relações humanas. A discriminação racial, o preconceito e a opressão dos mais fracos são frutos dessa corrupção do coração humano. O racismo é, portanto, um pecado que rejeita o ensino cristão de igualdade diante de Deus e se opõe à visão bíblica de fraternidade entre os seres humanos.
O racismo, então, é uma expressão dessa depravação, onde a imagem de Deus no próximo é desconsiderada, e a pessoa é vista através da lente do pecado, que dividirá e dominar.
A obra redentora de Cristo, traz consigo a restauração de nossa relação com Deus e com o próximo. Em Efésios 2:14-16, o apóstolo Paulo ensina que, por meio da cruz, Jesus “destruiu a barreira, o muro de inimizade” entre os povos, referindo-se à separação entre judeus e gentios, mas, por implicação, a todas as formas de divisão racial e social. A reconciliação realizada por Cristo não é apenas vertical, entre o ser humano e Deus, mas também horizontal, promovendo a unidade entre todos os povos. Paulo diz: “Cristo é a nossa paz, e de ambos fez um, derrubando a parede da separação, na sua carne” (Efésios 2:14). Essa reconciliação deve ser visível na vida da Igreja, que deve ser um reflexo do Reino de Deus, um lugar onde todas as divisões humanas são abolidas. Cristo não apenas salva o indivíduo, mas também reconcilia toda a criação.
O evangelho não é apenas um meio de salvação espiritual, mas também a transformação das estruturas sociais, culturais e políticas, que estão corrompidas pelo pecado. Ou seja, a luta contra o racismo deve ser vista como parte da missão redentora de Cristo para restaurar todas as coisas, inclusive as relações humanas.
Em sua epístola, o apóstolo João escreve: “Se alguém disser: 'Eu amo a Deus', mas odiar a seu irmão, é mentiroso. Pois, aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 João 4:20). A Igreja, como corpo de Cristo, é chamada a ser uma comunidade reconciliada e inclusiva. Isso significa que a Igreja deve se posicionar contra o racismo, não apenas como um problema social, mas como uma questão teológica, um pecado que precisa ser combatido, “não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).
Na luz das Escrituras, somos desafiados a lutar contra todas as formas de discriminação racial, buscando a justiça e a reconciliação encontradas somente em Cristo.
Todos os povos, de todas as nações, raças e tribos, são convidados a participar da graça salvadora de Deus. Que, possamos refletir, não apenas em palavras, mas em nossas ações, que a cruz de Cristo destruiu todas as barreiras e que, em Cristo, a reconciliação entre os povos é uma realidade presente e futura.
Portanto, sejamos fiéis ao chamado de Deus para viver em unidade, santidade e justiça, combatendo o racismo como um pecado contra a imagem de Deus e sendo luz em um mundo que ainda clama por cura e redenção.
— Rafael Assiz
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